quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

HC da Unicamp atinge o marco de 5000 transplantes


A GABRIEL esteve presente no HC UNICAMP, onde foi comemorada a marca dos 5000 transplantes de órgão e tecidos.


Primeiro transplante foi de rim e aconteceu com sucesso em 1984, na Santa Casa

O Hospital de Clínicas da Unicamp atingiu no final do ano passado, a marca de 5000 transplantes de órgãos e tecidos realizados desde 1984. O transplante número 5000 foi de rins, realizado no paciente Alvino de Freitas Marques, 57, residente em Jundiaí, que sofria de uma doença genética com caráter progressivo denominada, doença renal policística (DRP), também conhecida como síndrome renal policística. Até o final de 2010, os transplantes de córnea lideram com 1736 procedimentos realizados, seguidos dos transplantes de rim/pâncreas (1734), de medula óssea (988), de fígado (512) e de coração (22). Dos dez tipos de órgãos e tecidos que podem ser transplantados, o HC da Unicamp não realiza os de intestino, valva cardíaca, ossos e o de pulmões, esse último em fase final de adequação.
Os médicos da Unicamp foram responsáveis pelo primeiro transplante de rim no Interior de São Paulo, realizado na Santa Casa de Misericórdia de Campinas, um ano antes da transferência dos serviços para as atuais instalações do hospital. Hoje, o HC da Unicamp está entre os hospitais que mais realizam esses procedimentos no país, é um dos 10 no estado de São Paulo e o que mais realiza procedimentos no interior, com destaque para rins e fígado. O HC junto com outros nove hospitais universitários no estado integra o Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT) do Estado.
Nestes 27 anos, as equipes de transplantes do HC da Unicamp desenvolveram grande experiência em transplantes de rins, pâncreas, fígado, córnea, medula óssea e coração, todos de alta complexidade em crianças, adultos e idosos. Os transplantes duplos de rim-pâncreas começaram há cinco anos. “Mais do que uma comemoração, o evento tem a intenção de chamar a atenção da sociedade sobre a importância da doação de órgãos. É uma oportunidade de devolver às pessoas o direito à vida, um momento de um recomeço”, afirma o superintendente do HC, professor Manuel Barros Bértolo.
Como em todo o complexo de saúde da Unicamp, o HC além de prestar assistência à saúde, tem por finalidade o ensino médico e a pesquisa. Desde o início das atividades no hospital, os profissionais do HC atuaram no desenvolvimento de inúmeras técnicas de cirurgia e pesquisas para novas drogas imunossupressoras cada vez mais específicas para determinado transplante. “Este marco, além de reconhecer a dedicação e empenho dos profissionais, serve como incentivo para que outros hospitais e equipes médicas se envolvam cada vez mais com a cultura da doação de órgãos e transplantes, ajudando a salvar vidas”, enfatizou o diretor da Faculdade de Ciências Médicas, Mário Saad.
De acordo com o neurocirurgião Helder Zambelli do SPOT, os hospitais públicos são os que mais recebem pacientes graves, principalmente vítimas de acidentes. Entretanto, diz, é fundamental que qualquer unidade de saúde, pública ou particular, notifique imediatamente casos de morte encefálica, contribuindo para o aumento do número de transplantes. São Paulo é responsável por aproximadamente 45% de todos os transplantes realizados no país.
Entre os órgãos que podem ser doados, o coração e o pulmão são os que possuem o menor tempo de preservação extra-corpórea: de 4 a 6 horas. Fígado e pâncreas vêm em seguida com tempo máximo para transplante de 12 a 24 horas e os rins podem levar até 48 horas para serem transplantados. Já as córneas podem permanecer em boas condições por até sete dias e os ossos até cinco anos.

Prêmio Destaque em Doação de Órgãos - Desde a criação pela Secretaria de Estado da Saúde do Prêmio Destaque em Doação de Órgãos, em 2008, o HC da Unicamp sempre esteve entre os primeiros no interior do Estado. Na primeira edição, o HC da Unicamp se sobressaiu como uma das unidades recordistas em números de transplantes de órgãos - categoria rim, ficando com a terceira colocação no geral e a primeira no interior. O professor Gentil Alves Filho representou o hospital e todas as equipes multidisciplinares.
Na terceira edição do prêmio, em 2010, entre os transplantadores de fígado o Hospital de Clínicas da Unicamp ficou com o destaque no interior, com 48 transplantes. O HC também conquistou, mais uma vez, o destaque no interior com 85 transplantes de rim. Já entre as Organizações de Procura de Órgãos no interior, o HC da Unicamp, liderou com a captação de 74 doadores.
O prêmio Destaque em Doação de Órgãos "Oscar do setor", foi uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde e tem como objetivo incentivar o trabalho dos profissionais de saúde para ampliar o número de doadores e cirurgias nos próximos anos. Além disso, as homenagens visam reconhecer hospitais, equipes médicas e Organizações de Procura de Órgãos que obtiveram melhor desempenho na viabilização de transplantes de órgãos e tecidos.

SPOT - O processo de captação de órgãos se inicia no instante em que o SPOT é notificado do diagnóstico de morte encefálica em determinado paciente. Com isso, a equipe se mobiliza para o contato com a família e cuidado com o doador. Efetivada a autorização, são realizados os exames para constatação do doador viável e o hospital comunica a central de transplantes, localizada em Ribeirão Preto, e o corpo clínico (urologia, oftalmologia, gastrocirurgia, cardíaco) que deverá ser acionado para realização do transplante.
Nem sempre os órgãos de um mesmo paciente são designados para ao mesmo Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos. Há casos, por exemplo, em que o SPOT Unicamp fica responsável pelo rim e fígado, enquanto que a SPOT Ribeirão Preto, pela córnea. Tal distribuição é estabelecida de acordo com a lista única do interior do Estado centralizada no HC da USP Ribeirão Preto.

Fonte: Assessoria de Imprensa HC/Unicamp - Caius Lucilius


Fotos: Valdir de Carvalho